sábado, 25 de setembro de 2010

Liberdade! Liberdade? Liberdade?!

Sabe o que dois caras que se entendem pra caramba fazem quando estão no msn? Criam textos uahuahahu. Galera, esse ae foi o primeiro resultado de uma parceria que um dia tinha que acontecer (diga-se de passagem que foi minha primeira parceria), Eu e Felipe decidimos escrever sobre o tema Liberdade. Já que estamos em Mossoró, no mês de setembro, e pra completar... ontem fomos assistir ao espetáculo O Auto da Liberdade. Segue ae o que escrevemos, questionamos, pensamos e enlouquecemos:

Alguns nascem com correntes

E não querem se libertar

Por que pensam que correntes são escudos

Acovardam-se diante da liberdade

E temem em perder sua única defesa

Está preso não é o pior

O pior é o alem das grades

É estar livre e se sentir preso

A uma linha imaginaria que separa o sensato da "loucura"

É ter as chaves das correntes, mas insistir em não usá-las

É ver a luz e decidir não segui-la

É ver a estrada e se recusar a andar

Fingir ser cego

A liberdade é dom ou uma maldição?

É perigoso demais para plebeus como nós?

Ou ousada demais para os espíritos humildes?

Deve ser impossível atravessar a linha do previsível

Talvez tão possível a ponto de chegar aos céus

Pensar não é bom, vou baixar minha cabeça e amarrar mais umas correntes, preciso me apegar mais a o pouco que tenho

E desistir da ideia de ser deus? e permitir que me controlem?

Desistir enfim de uma verdade dita por mim?

Desistir de uma mentira que me acorrenta?

Aceitar um mundo de escravos?

De fantoches?

De homens iludidos com papeis verdes

De guerras e fome "sorteadas" aos milhares

Que nos humilham com dias seguidos de trabalho, de surras e quando enfim pensamos

Somos obrigados a nos calar.

Caso ao contrario eles soltam nossas correntes

E nos soltam alem da linha do sensato

Certamente é o fim


Felipe e Sandro

O que é ser Nordestino?



Diz o ditado que "o nordestino é antes de tudo um forte".
Rodrigo Noah escreveu um pouco sobre isso. Texto, trabalho, seca, suor, garrar e força. Seriam essas palavras de um dicionário de nordestinês? Segue o texto:

A terra rachada com as mãos calejadas

Quantos repentes foram cantados?

Quantos de repente foram julgados?

Minha terra é resistência, mas minha gente não pensa

Minha terra está seca, de justiça, de luta e de valores

Homem branco sou sertão, sou caatinga sou baião

Homem branco sou sertão, sou humilde não sou ladrão

E na serenata inocente descubro o vizinho resistente

Ao homem sofredor que fez do rifle o seu amor

A ventania traz o beijo, mostra o abraço, faz verso perfeito

Para paixão que agora acho...

...Homem branco sou sertão, do cangaço, do abraço

Homem branco sou sertão, sou matuto que pensa no irmão

E as nossas condutas esquecidas com o cansaço

Fazem-me querer chorar na poeira desse mormaço

Minha liberdade, minha luta, meu amor consegui na fé

Consegui com muitos que o tempo me roubou

Homem branco sou sertão e não importa como canto

Homem branco sou sertão já não fico no meu canto

Homem branco sou o começo então perceba que eu mereço

Muito mais do que recebo, mas mesmo assim não me queixo

Por somente viver.

PERSISTÊNCIA PERTINENTE


Antes tarde do que nunca

Antes tarde do que sempre

Antes tarde do que hoje

Antes tarde do que ontem

Antes tarde do que yesterday

Antes tarde do que só

Antes tarde do que reticências

Antes tarde do que etcétera

Antes tarde do que parágrafo

Antes tarde do que parênteses

Antes tarde

Antes tarde

...



ps. Pessoal, sem nada pra fazer e um tédio imenso, resolvi escrever essas frases ae, se não ficou das melhores, perdão... são apenas palavras de um simples aspirante a escritor

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lorca Mossoroensis


Mossoró que te quero verde

Sol que te quero quente

Cultura que te quero capital

Cidade que te quero junina

Chuva que te quero balas

Auto que te quero liberdade

Oratório que e quero Luzia

Universidade que te quero uern

Praça que te quero convivência

Memorial que te quero resistência

Lampião que te quero longe

Jararaca que te quero morto

Cinema que te quero Pax

Celina que te quero eleitora

Ana Floriano que te quero guerreira

Escravos que te quero livres

Sal que te quero Petróleo

Prefeitura que NÃO TE QUERO ROSADO

(Paráfrase com base no poema de Nicolas Behr, Lorca Brasiliensis)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Poesia Moderna

"Pensei em escrever uma poesia antiga
Mas quando percebi já não tinha mais tinta
E minha pena estava rota
Existia apenas teclado"

Meio


Conheci Dickson muito antes dele ser meu aluno. De convicções fortes e temperamento carismático, posso dizer que ele é daqueles que todo mundo quer trocar algumas palavras. Se configura como um amigão. De sua inteligência ,eu nunca duvidei. Bloggueiro e músico, foi intimado por minha pessoa para escrever para este humilde blog. Gente, o texto é grande, mas vale muito a pena (para aqueles que não gostam muito de ler uahuahuaa), vocês vão adorar.

"Acordei, olhei para todos os lados e não vi nada além de muita areia. O vento era forte e seco. Chegava-me com tanta ferocidade que cheguei a imaginar que ele estava com raiva de mim. Mas de uma coisa eu sabia... Eu tinha voltado para aquele deserto.

Eu não sei como voltei ali. Nem me recordo para onde fui depois que consegui sair daquele lugar. Andei incessantemente para todos os lados. Estava começando a desistir quando, de longe, encontrei o homem com a túnica preta que tinha encontrado na última vez em que eu estive aqui. Ele estava em um camelo grande... Não sei se realmente era um camelo. Não entendo de camelos. Mas então fui falar com ele.

- Hei! Tu sabes quem eu sou? – perguntei interessado.

- Não faço idéia de quem tu sejas. – de fato, era uma pessoa diferente, porém, com o mesmo tom de voz de superioridade.

- Podes me dizer por onde posso sair deste lugar quente? – tentei sem esperanças.

- Saia pelo mesmo lugar de onde entrou! Ora! – disse ele, como esperado.

Então eu disse:

- Não sei como vim parar aqui. – esperei um pouco, mas ele não falou nada – Na verdade, eu já estive aqui uma vez, e consegui sair. Mas agora não sei mais como fazer isso.

Eu não sabia se ele estava olhando para mim. A sua roupa era como uma daquelas que as mulheres árabes usam para esconder suas identidades. Mas de alguma forma, pude sentir que olhava para mim.

- Não sabes mais como sair? Talvez tu nunca tivesses saído.

- Já saí sim... Lembro de ter dormido. – eu já estava começando a fica bravo.

- Aparte-se de mim! Não sabes aceitar sugestões!

- Estás apenas me acusando!

Então, ele desceu do seu camelo. Era bem mais alto que eu. Chutaria mais ou menos 3 metros. O homem de preto levantou sua mão esquerda e colocou sobre o meu ombro. Disse ele:

- Meu garoto, vá e ache a tua flor, a que perdestes da última vez. – falou mansamente.

- O que? Como sabe dessa história? Encontrastes a minha flor?

- Sim, e a plantei em outro local. Agora vá! Busque-a!

Corri feito um louco para todos os lados, deixando as pegadas fortes para trás. Eu já estava exausto, quase desmaiando, quando ao longe avistei um pequeno ponto no horizonte. Será que era ela?

Avancei pesadamente com minhas últimas forças, e era ela. A minha antiga flor. Mas agora ela estava preta, não parecia ter o mesmo sabor de vida de antes. Agora ela não me acalmava mais, não me confortava... Ela só me dava mais tristeza. E isso me corroia por dentro, deixei tudo acabar facilmente. Não lutei para levá-la comigo.

- Flor... Porque estás triste?

Então, em apenas um piscar de olhos, toda a areia se desfez, e eu estava pisando em um solo rachado como um de um deserto, mas a coloração era negra. E a flor estava lá dentro de uma rachadura. Eu ia pegá-la, mas alguém pôs a mão em meu ombro e eu não tive coragem de olhar para trás. Apenas escutei o que dizia aquela voz mansa, porém firme.

- Ela era filha da sua dor. Agora é filha da sua felicidade. Ao contrário do que você pensa, as coisas aqui neste lugar não são tão claras. – ele deu uma breve pausa – Essa flor morreu porque você estava feliz demais para lembrar dela. Agora ela é filha da sua felicidade. Vê o que fez a tua felicidade com esta pobre flor que te ajudou a passar por esse deserto da última vez?

- Não foi minha intenção. Eu achava que ela estaria bem. – me controlei para não chorar.

- Tudo bem. Existem erros que não podem ser apagados, e esse é um deles. Porém, você pode corrigi-lo.

Com todo o cuidado do mundo, toquei na flor e a tirei da terra seca. De alguma forma, saíra algumas gotas de sangue de sua base e ela clareou mais.

- Cuidarei de ti, sempre.

Olhei para trás e o homem não estava mais ali. A única coisa que eu via era uma luz, e de dentro dela vinha uma brisa suave com cheiro de rosas. Não hesitei e caminhei até lá. Seja lá o que fosse, era bom para minha flor.

Assim que toquei a luz, fechei os olhos e escutei uma mulher dizendo:

Há muito tempo venho tentando

- Sobreviver nisso que chamam de vida

A loucura aos poucos vai se apossando

Ninguém escapa

Fico a andar

Desgastado por tudo

O ar não é mais ar

Eu mesmo estou acabando com o mundo

Todo ser, todo poder

Toda dor, todo amor

Todo ganhar, todo perder

Está em nossas mãos

O coração reclama da alma

A alma reclama da vivência

Não se tem mais aquela calma

Estamos todos em decadência

Vivi a vida como se não houvesse amanhã

Vi que tinha amanhãs demais por vir

Então não adianta manter sua mente sã

Pois a loucura vai te afligir

Penso todas as tardes em como sou

Reflito sobre como estou

Acho que não fui eu quem escolheu

Acho que não fui eu quem viveu

Acho que o mundo me envelheceu

Acho que a vida me escondeu.

Então eu simplesmente dormi."

O que aconteceu depois? Eu, sinceramente não sei. O próximo capítulo ainda está sendo escrito. Peço desculpas para as pessoas que não entenderam absolutamente nada... Certas coisas são feitas sentir.